CHEIROS DE CAMPO ESTE BLOG EU FIZ PENSANDO NAS COISAS QUE EU AMO E QUE ME FIZERAM FELIZ. ESPECIALMENTE DEDICADO A MINHA PROFESSORA DE VIDA. TRAZENDO O QUE DE BOM APRENDI COM UMA PESSOA DA QUAL ME ORGULHO DE SER NETA. SEJAM TODOS BEM VINDOS A ESTE MEU CANTINHO DE SAUDADES.

sábado, 9 de abril de 2011

Herança


 Naqueles tempos sim,
Naqueles tempo as casas já nasciam velhas.
Eram casas pálidas, solenes
sob as telhas portuguesas, maternais.
Em pálidos azuis eram pintadas
e em branco, em ocre e amarelos.
Algumas nem mesmo tinham reboco.


Naqueles tempo sim,
tinham balcões e sacadas essas casas
e úmidos porões e sótãos com fantasmas.
E tinham jasmineiros sobre os muros
e acolhedoras latrinas de madeira
disfarçadas entre as plantas  dos quintais.
E laranjeiras e galos e cachorros.
Um barril barrigudo cheio d'água
e uma concha de lata para a sede.
Nas varandas que eram frescas e 
abertas a moleza da sesta numa rede...


Naqueles tempos sim,
a igreja tinha santos nos altares
e havia mulheres rezando ao pé dos santos.
O padre usava uma batina cheia de manchas e
botões, batizava crianças, e encomendava os mortos,
rezava a missa em latim e
comiam cordeiro gordo na mesa do intendente.


Naqueles tempo sim,
os bois mandavam nos homens,
e por isso a vida era mansa na cidadezinha
arrodeada de ventos chácaras e estâncias.
O campo engordava os bois,
as tropas de abril engordavam os homens
e os homens engoradavm as mulheres.
As mulheres plantavam flores e temperos
pois tinham mesmo valia o espírito e o corpo.
Sabiam receitas de panelas fartas,
faziam velas de sebo e tachadas de doce.


Por isso a cidade chegou até aqui.
Por isso estamos aqui
-netos e bisnetos desses homens,
dessas mulheres, netas e bisnetas.
Autor :Apparicio S rillo

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